José Bechara

(Rio de Janeiro, 1957)

José Bechara inicia seus estudos de pintura em 1987, na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage. Artista posterior à chamada Geração 80, abandona a tela e passa a explorar o processo de oxidação de metais, principalmente sobre lonas de caminhões usadas. A pesquisa experimental, aprofundada ao longo da década seguinte, consagra o artista como um dos principais nomes da Geração 90.

Em 1992, começa suas experimentações com distintos suportes e técnicas e, no mesmo ano, realiza sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro. Em suas pesquisas no campo pictórico, Bechara chega às lonas de caminhões – usadas, marcadas e manchadas por mercadorias, pela estrada, pelo tempo. Não usa pigmentos de cor ou pincéis (materiais da pintura dita tradicional), mas “pinta” por meio do processo de oxidação de metais sobre a lona.  “Alguns elementos norteiam a ação criativa de José Bechara. Ela combina apropriação, intervenção e anseio formal. Cada um destes elementos tem a sua especificidade, mas atuam segundo uma medida que é determinada pela necessidade de cada trabalho”, escreveu o curador Luiz Camillo Osorio, em texto sobre o artista.

Nos anos 2000, a obra de Bechara também assume qualidades escultóricas, em trabalhos como A Casa (2002), em que móveis e objetos de uma residência saltam pelas janelas da casa. “Na construção de sua Casa, o que é íntimo é expelido, expulso, posto para fora. Nas Lonas, o que é marca do mundo e da natureza externa vai ser recolhido e absorvido no interior da tela. Neste jogo entre dentro e fora, intimidade e exterioridade, apropriação e extração, formalidade e informalidade, desenvolve-se a estrutura poética do artista”, conclui Luiz Camillo Osorio. Incorporada ao repertório plástico do artista, a forma da casa (e de seus objetos) aparece em instalações e esculturas de pequena escala ao longo dos anos 2000 (Série Open House).

Entre as principais exposições de Bechara estão a 25ª Bienal de São Paulo, o 29ª Panorama da Arte Brasileira, a 5ª Bienal do Mercosul e a  Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011. Realizou individuais no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, em 2010, e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2013, entre outras. Bechara vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

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